Quem contemplar o decorrer dos últimos 50 anos de História da Galiza, sobretodo, as duas últimas décadas, concluirá que o processo de liquidaçom a que está submetido este povo sob o regime colonial acelerou a sua velocidade destrutiva com o passo do tempo.
Hoje comprovamos as consequências mais perversas desse processo que afecta todos os eidos da existência colectiva: da minorizaçom social e a deturpaçom da língua à alteraçom irreversível da paisagem; da liquidaçom programada dos sectores produtivos estratégicos à destruiçom da sociabilidade, com a criaçom dumha sociedade narcotizada, consumista e individualista; do histórico espólio dos recursos naturais à perda da soberania alimentar a maos de transnacionais do sector que emponçonham a terra; da precarizaçom massiva do emprego à reapariçom de modalidades de escravismo laboral, etc. Todos os planos da nossa existência como povo estám salpicados dum modo ou outro por este assalto voraz ao território e os recursos.
A lógica irracional do progresso entendido como aumento continuado dos níveis de consumo, como incremento da mobilidade individual, assumido por amplos sectores sociais e políticos –incluido o nacionalismo maioritário-, é a coarctada sob a que o capital transnacional, as autoridades coloniais e umha administraçom autonómica plenamente cúmplice da desfeita executárom e executam o plano destrutivo.
Assim, sob este modelo colonial de ordenaçom territorial, transitamos face umha Galiza que concentra a sua populaçom numha estreita conurbaçom costeira de norte a sul enquanto se desertiza o interior; comprovamos como se contamina umha fonte de riqueza social como as nossas Rias, enquanto as serras som ocupadas por transnacionais da energia eólica e se desenham planos para o espólio energético do mar; destrói-se um sistema de vida fundamentado na produçom local labrega e marinheira para forçar-nos a consumir produtos de pior qualidade importados de terceiros países, etc. Seria impossível expor na brevidade que exige esta folha a listagem de efeitos negativos que provoca esta dinámica.
Nós, como independentistas, entendemos que a resistência a este processo destrutivo se deve situar a dous níveis: por umha parte, potencializando as redes sociais de ámbito comarcal comprometidas na defesa do território. Hoje, ante a voracidade selvagem das transnacionais e do capitalismo colonial, é vital artelhar sólidos movimentos populares de oposiçom coordenados a nível nacional e cientes de que cada luita local ou comarcal fam parte da luita nacional, porque todos os projectos localizados estám incardinados numha ordenaçom territorial global.
Por outra parte, reorganizar um movimento sócio-político independentista amplo e plural que situe a conquista do poder próprio de decisom, a autodeterminaçom e a independência como principais nortes da sua intervençom. Reivindicar hoje a soberania já nom é apenas exigir um direito democrático usurpado, mas trabalharmos para criar ferramentas políticas e institucionais que nos permitam sermos don@s do nosso território e dos nossos recursos.
Sobre estes dous reptos –a articulaçom de resistências sociais imediatas e construçom dum projecto sócio-político soberanista de massas- é que entendemos traçável umha táctica e umha estratégia à altura das circunstáncias actuais. Temos vontade de luita, temos esperança no futuro e temos a certeza de que este presente de luita que se inicia trazerá um futuro nosso.
Avante a luita pola independencia e o socialismo!
Viva Galiza ceive!